quarta-feira, 10 de junho de 2015

Por que os Cafajestes são tão Atraentes?


Os malandrões e conquistadores ousados, os que chegam dizendo-se apaixonados e prometendo mundos e fundos, despertam o entusiasmo erótico com uma facilidade incrivelmente maior do que os homens mais recatados, sutis e educados. 

Estes morrem de inveja dos sedutores porque não conseguem agir da forma mentirosa e invasiva com que eles abordam suas “presas”. Os melhores invejam os piores – um paradoxo que deriva do sucesso deles nesta área tão relevante!

Os cafajestes são atraentes principalmente para as moças mais bem comportadas; porém, por força de sua atitude insistente acabam atiçando a vaidade até mesmo daquelas que têm um caráter mais parecido com o deles: as mais ousadas também ficam fascinadas com o modo irreverente e desrespeitoso do paquerador ostensivo, que demonstra óbvio interesse sexual e o “disfarça” em entusiasmo romântico. Sua conversa soa como música aos ouvidos daquelas que preferem reconhecer a si mesmas como mais românticas e voltadas para a busca de vínculos estáveis.

Estas moças acabam caindo na mesmo armadilha inúmeras vezes. Ou são muito tolas e não aprendem com a experiência ou então querem mesmo é uma aventura erótica sem compromissos, mas não conseguem ser sinceras consigo mesmas. Prefiro a segunda hipótese. Acontece que até mesmo o fascínio erótico tende a conduzi-las à busca de relacionamentos duradouros. 

Ao aceitarem a abordagem – altamente excitante – destes homens que parecem estar loucos por elas, viverão a aventura sexual apesar dos riscos de envolvimentos maiores.

Serão salvas de alianças afetivas indesejáveis graças ao comportamento dos cafajestes que só queriam mesmo é sentir o prazer da conquista, o gosto de tê-las enganado. 

No dia seguinte não telefonam para elas; e nem nos dias que se seguem. 
Esperam que elas corram atrás deles da mesma forma que, antes da conquista, eles o fizeram – é uma vingança. 

E elas costumam fazê-lo. Não se conformam com a rejeição e a humilhação; sofrem muito com o descaso. Mostram-se surpresas quando lhes acontece o que era mais do que previsível. Demoram semanas para se recuperar. Prometem nunca mais repetir o mesmo erro. Mas os dias se passam e lá estão elas caindo na mesma cilada.

Enquanto isso, eles, nas mesas dos bares, abraçados com os amigos, se vangloriam…

(Flávio Gikovate é médico-psiquiatra, psicoterapeuta, conferencista e escritor. Atualmente apresentando o programa “No Divã do Gikovate”, na rádio CBN, e dedicando a maior parte do tempo à clínica)

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